blog [FRACTOSCÓPIO] Rosy Feros

20 de fevereiro de 2003

Cavalo-de-tróia tecnológico



Foi na revista iCOLETIVA que encontrei este pensamento de um professor italiano, Paolo Manfredi, que desenvolveu seu próprio software livre para Educação ("Chirone"):

"(...) a educação não pode ser um cavalo-de-tróia da indústria de tecnologia, o PC já é uma ferramenta individualista, tem que se fazer o máximo para utilizá-lo como um modo de dar aos alunos a idéia de desenvolvimento em comunidade."

Na verdade, penso que não é exatamente o computador que deve ser utilizado para dar às pessoas [alunos são, antes de tudo, pessoas] a noção de comunidade, no processo de Educação Digital. O computador conectado a outros é que faz a diferença, possibilitando a conexão real-virtual entre pessoas e transmitindo de fato o conceito de comunidade.

No processo de Educação Digital [ou Inclusão Digital, ou outro nome da moda que o valha], o computador é apenas UM elemento num todo bastante complexo que congrega, além de dispositivos tecnológicos de variadas espécies, seres humanos com capacitação humanística, dotados de sensibilidade e tolerância para com as diferenças.

Afinal de contas, ser humano é, realmente, integrar diferenças num todo lógico e socialmente coerente. ;-) Portanto, devemos ter muito cuidado com certas idéias que rodam por aí, afirmando que a Educação/Inclusão Digital é um processo globalizante e democrático, ou seja, uma ditadura de maiorias...

Não vamos confundir acesso universal aos meios de comunicação telemática com um regime político que privilegie apenas a maioria!