blog [FRACTOSCÓPIO] Rosy Feros

23 de julho de 2002

Você é autodidata?



Li uma série de matérias hoje no Sinapse Online, da Folha, com que me identifiquei muitíssimo.

São matérias que falam que o profissional mais adequado aos novos tempos é verdadeiramente autodidata, ao estilo self-made person: alguém que não se baseia num diploma universitário para conquistar seu espaço no mercado de trabalho, mas que também busca outros tipos de aprendizado. Aliás, como é dito no texto, o diploma é só o início - a universidade é só o começo. O que conta, na prática, é a formação do indivíduo.

Também acho que esse negócio de diploma garantir emprego já era. Não acredito mais nos valores absolutos nem de diplomas, nem de empregos. Considero de suma importância uma formação educacional, qualquer que ela seja, quanto mais diversificada melhor. Creio que não dá para termos uma formação adequada só coletando ensinamentos despejados em escolas, como também acho árido demais o caminho de quem escolhe aprender tudo sozinho. Há que se trilhar o caminho do meio, como tanto se diz e pouco se faz.

Aliás, para se ter a formação multifacetada e polivalente como a exigida hoje, é necessário suplantar e muito os limites físicos dos muros das escolas. Muros em todos os seus sentidos possíveis. O que se requer, hoje, é uma formação humanística, que saiba compreender o homem contemporâneo e futuro em todas as suas múltiplas faces caleidoscópicas.

A curiosidade humana é um bem precioso demais para ficar restrito a meros rótulos, rótulos que acabam servindo de meros vasinhos para decorar prateleiras.

Não quero ficar presa a rótulos, rótulos que dizem de mim aos outros muito menos do que me sei. Diplomas pendurados na parede não me dizem nada: o saber humano não poder ser enquadrado nem emoldurado.