blog [FRACTOSCÓPIO] Rosy Feros

8 de abril de 2003

A trajetória de uma idéia chamada cidadania



Em 1938, portanto pouco antes da 2ª Guerra Mundial, Paul Valéry (1871-1945) afirmou, num texto: "Liberdade: uma destas detestáveis palavras que têm mais valor do que sentido."

Talvez, se trocarmos o termo "liberdade" por "cidadania", a questão soe ainda mais provocativa nos dias de hoje. A palavra está tão na moda, e tantas vezes é usada de forma irresponsável, que fez com que o historiador Jaime Pinsky organizasse, com sua mulher, Carla Bassanezi Pinsky, o livro História da Cidadania .

Afinal de contas, o que é ser cidadão? A introdução do livro traz uma definição:

"Ser cidadão é ter direito à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei: é, em resumo, ter direitos civis. É também participar no destino da sociedade, votar, ser votado, ter direitos políticos. Os direitos civis e políticos não asseguram a democracia sem os direitos sociais, aqueles que garantem a participação do indivíduo na riqueza coletiva: o direito à educação, ao trabalho, ao salário justo, à saúde, a uma velhice tranqüila. Exercer a cidadania plena é ter direitos civis, políticos e sociais. (...)

"A cidadania instaura-se a partir dos processos de lutas que culminaram na Declaração dos Direitos Humanos, dos Estados Unidos da América do Norte, e na Revolução Francesa. (...) Desse momento em diante todos os tipos de luta foram travados para que se ampliasse o conceito e a prática de cidadania e o mundo ocidental o estendesse para mulheres, crianças, minorias nacionais, étnicas, sexuais, etárias. Nesse sentido pode-se afirmar que, na sua acepção mais ampla, cidadania é a expressão concreta do exercício da democracia."

Querendo saber mais sobre o livro, consulte a o site da Editora Contexto ou leia esta matéria publicada no jornal O Estado de São Paulo sobre o livro.

FONTE: Publish News, 07/04/2003